quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Video 'The Queen is Dead'



http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Wz5IFl7uCis


Antes que o mundo acabe: retratos sobre a música The Queen is Dead .



O cerne da letra deste rock é o enfrentamento diante à figura da rainha, um lance fatal para abalar aquela que, usando interferências do jogo, talvez seja a peça mais rar
a do xadrez, por parecer ser a que ‘tudo pode’, a que movimenta-se pra todos os lados e sempre consegue se esvair do perigo.



A referência majestosa, no caso da música da banda inglesa The Smiths, é a vossa 'baixeza', a soberana da Grã-Betânia, a rainha da Inglaterra, transposta aqui para uma análise sobre a figura materna. 



Chegamos por vezes a perceber na letra uma crítica expostas sobre o vínculo do príncipe Charles diante de sua mãe. Isso representa o poder que músicas transgressoras (protestos) podem, chegando-se a um auge, quando estrofes tocam profundamente na ferida edípica da realeza . Perfeito!!!! Bravo aqueles que conseguem ter um movimento social onde isso possa existir.



Deixando bem claro que a crítica maior da música refere-se ao distanciamento que a família real britânica tinha com a sociedade inglesa, buscando, inclusive, através da frase “Life is very long, when you’re lonely", projetar a solidão e falta de perspectiva da juventude. Mas pergunto-te: será isso somente?



Matar a rainha pode derivar inúmeras metáforas, inclusive a pseudo-ilusão de que assim podemos tornar-nos independentes, iludindo-se ao ponto de ludibriar-nos ser isso a vitória do jogo. O sangue desta morte é o mesmo que nos fez nascer !! Como é dúbia essa vida e oh! Como ela é longa quando se está sozinho!



Apesar de ser a figura central e aquela que se delega poder total sobre os ‘súditos’ ( filhos) não é dela que falo, porque, apesar de tudo, não é ela quem quero conquistar e demolir, e sim o outro, o majestoso e soberano Rei .
De que adianta, mata-la ou dizer que ela está morta se a vida torna-se vazia, quando isso ocorre e sabemos, ou vemo-nos ainda ditados a correr atrás de capturar (a atenção) do rei - Pai.



É ele quem vale, e a rainha, e com a rainha morta, descobrimos que ainda há muito a perseguir e que sem tal adversária o jogo fica até, quem sabe, sem graça. Centros de neuroses se afincam neste desespero ilusório de achar que a figura da rainha (mãe) é sempre mais imponente e importante, enquanto, apesar de o Rei, andar ‘devagar’, o que vale, mesmo, é saber que somente em sua derrubada é que se ganha o jogo!!!