Pegando como ideia básica, o pensamento benjaminiano de destruição (destruir rejuvenesce ... O que leva a esta imagem apolínea do destruidor é, o reconhecimento de que o mundo se siplifica terrivelmente quando testa o qto ele merece ser destruído) escrevo:
A lei dos contrarios não é simplificada apenas com: os opostos se atraem.
O contrário de algo só existe, porque ele próprio existe !!!
DESTRUIR-SE é HARMONIZAR-SE consigo mesmo a cada instante !!
BLOG SOBRE IDEALIZAÇÕES, IMAGENS, COMUNICAÇÕES e EXPRESSÕES QUE SURGEM DO MAIS PURO VAZIO, DO NADA MESMO E QUE TEIMAM EM INCOMODAR ENQUANTO NÃO CRIAM FÔRMAS.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
A DOR E A DELÍCIA DE SER O QUE É
Este pequeno escrito tocará, em dois assuntos muito em voga nos últimos meses; à primeira vista dois pontos de partida textuais bem distintos, mas que acabam tocando na mesma ferida.
O primeiro - à âmbito mais brasileiro - é o denominado kit-gay, mexendo diretamente na ferida da sexualidade, ou melhor na definição da maneira como desejar seu parceiro sexual.O segundo trata da morte recente da cantora Amy Winehouse, o qual cutuca a ferida exposta que encontra-se hoje a discussão, e quem sabe a pseudo preocupação, com a dependência química.
Escrevendo este texto penso muito em um eixo no qual podemos amarrá-lo: a adolescência; a fase mor de transformações e descobertas da vida que parece estar no plus da dinâmica social contemporânea. O Psicanalista inglês Winnicott definiu de maneira bem lúcida que a adolescência é passageira, mas a imaturidade adolescente não e que sempre existirão pessoas que a perpetuam.
Instigar uma discussão simplista, como a de que, se o kit-gay deve ou não deve ser defendido e difundido nas escolas, não cabe neste momento. O que chama mais atenção a se discutir é: como a sociedade desta virada de década percebe e sente estas novas conjunturas sobre a sexualidade humana?
A psicanálise, assim como a adolescência, nunca está pronta, ela precisa dar lugar ao novo – se transformar, e para isso necessita dialogar sempre com o saber de seu tempo. As pessoas e os sofrimentos mudam, as estruturas mudam e por isso as formas de ‘ajustes’ sociais não permanecem as mesmas.
Creio que ninguém nasce gay, torna-se; o grande levante dos críticos do kit é que ele instigará os jovens a serem homossexuais. Quem dera que fosse tão simples assim!!!! A escolha de objetos sexuais passa por caminhos nada óbvios. São nas sutilezas da forma como nos situamos dentro de uma época é que determinam com quem iremos parecer e quem vamos amar.
A instigação está muito mais voltada a um determinismo de escolhas de posição frente à sexualidade do que em qualquer outra forma; a meu ver parece que há uma ‘pressão’ para que o adolescente já determine seu objeto de desejo sexual. Ah, eu sou muito parecido com minha mãe, me identifico com ela, então eu sou gay e vou gostar de me relacionar com homens, como se um homem viril não pudesse se interessar por outros homens ou mulheres identificadas com o pai não pudessem gostar de homens; a discussão mais fecunda neste caso está em, deixar estabelecida a existência de uma linha contínua entre estes dois processos: identificação e escolha sexual.
Segundo a Psicanálise, a sexualidade se constrói junto com a identidade – isso chama atenção, qual é a identidade do adolescente contemporâneo?? Parece que ele vive de maneira muito mais exposta do que em décadas anteriores; seus dilemas, suas dores e suas escolhas têm de ser expressas e na correria atual surgem as “válvulas de escape” – como o exagero no uso de drogas e álcool.
Tais exageros acabam funcionando como resistência adolescente à entrada na vida adulta, sendo, portanto e também uma forma de questionar a sociedade pós-moderna que alimenta uma competição nervosa, sustentada pela máquina de destruição de sonhos chamada bom senso: em dias atuais parece que o amadurecimento é carrasco demais e a fase adulta prega uma determinação sobre a vida e uma única maneira de se posicionar diante dela.
Esta mesma sociedade merece todos os créditos por estar ‘colhendo’ a alimentação desta vida turbulenta, sem margem ao ‘tempo de pensar’, competidora por demasiado.
Em tempos onde no metier intelectual se propaga uma falência da utopia e das artes sublimatórias, o adiamento da adolescência venha talvez como refúgio para o sonhar e para o medo da realidade, tão atribulada pela competição. Será que foi o que ocorreu com Amy, para não crescer ela precisou morrer?
Com a dinâmica atual, de um aglomerado de quinquilharias, de informações simultâneas, de uma expectativa angustiante por algo que nunca chega, a adolescência surge como o ápice da vida, e como o ‘exemplar mais vivo’ do que seja ser utópico – deixando para esta fase e só para ela a possibilidade de realizar o sonhar, tornando-a sempre agente, pronta a tirar ao máximo o que a vida tem oferecer antes que a mesmice da maturidade chegue e com ela, a realidade do amadurecimento imposto nos dias atuais, o ser correto, o ser normal, a seriedade e o embrutecimento ao sublime.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
II jornada do Instituto APPOA: Psicanálise e intervenções sociais
trecho bem interessante dentro do resumo da Jornada, onde trata bem suscintamente o manejo hoje da teoria Psicanalítica com uma prática social/comunitária:
Buscamos inscrever nas práticas sociais as questões que a clínica do sujeito coloca à psicanálise. É o real que decanta dessa clínica que nos leva a sustentar o ato analítico em intervenções que se dão em espaços outros, não somente no do consultório. Em algumas circunstâncias, é preciso dar asilo, dar abrigo aos que são, por excelência, estrangeiros, estranhos, apartados do laço social. Trata-se de uma clínica que frequentemente passa a exigir respostas que vão para além do intercâmbio da fala, e são essas exigências que impõem que o trabalho se dê entre vários.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
POESIA QUINTANESCA - O MAPA
" OLHO PARA O MAPA DA CIDADE
COMO QUEM EXAMINASSE
A ANATOMIA DE UM CORPO ...
(É NEM QUE FOSSE O MEU CORPO!)
SINTO UMA DOR INFINITA
DAS RUAS DE PORTO ALEGRE
ONDE JAMAIS PASSAREI ...
HÁ TANTA ESQUINA ESQUISITA,
TANTA NUANÇA DE PAREDES,
HÁ TANTA MOÇA BONITA
NAS RUAS QUE NÃO ANDEI
(E HÁ UMA RUA ENCANTADA
QUE NEM EM SONHSO SONHEI ...)
QUANDO EU FOR, UM DIA DESSES,
POEIRA OU FOLHA LAVADA
NO VENTO UM POUCO DO NADA
INVISÍVEL, DELICIOSO
QUE FAZ COM O QUE TEU AR
PAREÇA MAIS UM OLHAR.
SUAVE MISTÉRIO AMOROSO,
CIDADE DO MEU ANDAR
(DESDE JÁ TÃO LONGO ANDAR !)
E TALVEZ DE MEU REPOUSO ... " ( MÁRIO QUINTANA)
COMO QUEM EXAMINASSE
A ANATOMIA DE UM CORPO ...
(É NEM QUE FOSSE O MEU CORPO!)
SINTO UMA DOR INFINITA
DAS RUAS DE PORTO ALEGRE
ONDE JAMAIS PASSAREI ...
HÁ TANTA ESQUINA ESQUISITA,
TANTA NUANÇA DE PAREDES,
HÁ TANTA MOÇA BONITA
NAS RUAS QUE NÃO ANDEI
(E HÁ UMA RUA ENCANTADA
QUE NEM EM SONHSO SONHEI ...)
QUANDO EU FOR, UM DIA DESSES,
POEIRA OU FOLHA LAVADA
NO VENTO UM POUCO DO NADA
INVISÍVEL, DELICIOSO
QUE FAZ COM O QUE TEU AR
PAREÇA MAIS UM OLHAR.
SUAVE MISTÉRIO AMOROSO,
CIDADE DO MEU ANDAR
(DESDE JÁ TÃO LONGO ANDAR !)
E TALVEZ DE MEU REPOUSO ... " ( MÁRIO QUINTANA)
O dia da morte de nós mesmos.
O dia da morte de nós mesmos
Inicio o texto com a seguinte questão: Por que será que a curiosidade nos evoca sempre algo?
O encontro com o (um) outro nos dá margem a criação, porque é no sinistro modo de viver que encontramos a chave para o mundo das maravilhas alucinatórias e fantasias, estas, elixir de nossa existência.
É lá, nas fantasias, que reside nosso mais íntimo sentimento para com o apego a vida (Èros reside no obscuro – de lá, de onde as fantasias nascem- por que é de lá que saem nossos mais perdidos encontros, aquilo que buscamos com tanta veemência durante toda vida, o olho d’agua do tal amor).
Afinal, buscamos o que? Que desconhecido tão familiar nos evoca a viver? Essas são questões que desconheceremos a resposta.
Mas não nos angustiemos antecipadamente, as formas – e fôrmas- como estas questões nos surgem podem se tornar e ser também tão gratificantes quanto encontrar uma assertividade; e que vivenciadas sem tanto anseio sejam o que os seres denominam, felicidade, habitar nossa escuridão, sem medo de “ver” o que ela esconde, talvez seja um percurso para encontrá-la.
É incrível que seja, justamente, naquilo que temos de mais escuro que nos chegue a claridade.
Estamos sempre tensionados a buscar a vida, mas onde está a vida?Se não no absurdo fundo do poço, onde nos fundamentamos com(o) um desconhecimento voraz de nós mesmos.
Lutar contra uma pulsão de morte (tendo – ou sendo - ela uma inimiga do viver) seja lutar contra a vida? Seja permanecer inerte a mudanças que por vezes nos forçam demais aceita-las?
Conhecer o desconhecido, caminhar por caminhos ainda não traçados anteriormente, na rota tão pragmática da vida contemporânea, talvez nos mostre maneiras de conseguir superar pressões abafadas com o tempo e pelo medo.
Existe aqui a intervenção de uma POESIA QUINTANESCA
A morte nos causa medo.
A guerra nos causa medo.
O enterro de nós mesmos nos causa medo.
Mais medo de(o) que?
E este medo, de onde vem? Causa própria? Criação de provas contra si mesmo? Prefiro não argumentar!
Falei do dia do enterro de nós mesmos como exemplo para se observar a pulsão de morte enquanto desconhecida (angustiante, progressiva etc).Nunca saberemos o que se passa no momento em que somos enterrados e também nunca ninguém voltou para contar este momento da passagem. Passagem esta, por sinal, de onde pra onde?
Encontramos, quem sabe, nesta hora todas as respostas de nossa vida, para que cheguemos lá e outras perguntas surjam? Quem sabe? Quem dirá? Nunca saberemos, é o fundamento do estranho, do que inquieta por não haver resposta.
O desconhecido programa do enterro de nós mesmos talvez nos de margem para pensarmos que até o dia dela, a morte, chegar temos que continuar aqui ou ali ou acolá, seja de que lugar você estiver buscando entender (descompreender) esta passagem ou serão viagens de um navegante sempre estrangeiro onde quer que aporte.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
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