quarta-feira, 9 de maio de 2012

O medo que o medo tem


entender que o medo é fundante do ser humano já nos é sabido desde cedo dos anos, mas descobrir-se um medroso nato não é tão simples assim de aceitar.
quando você poda desejos latentes sem um ' o que' palpável e ainda  sendo tomado de uma ânsia incontrolável que lhe letargia, Como reagir ?
ou A quem recorrer?
Um apavoramento, uma agonia perturbando seu intimo, mexendo consigo a tal ponto de exauri-lo de temor; então o que fazer ?como controlar esse medo de desejar?
Desejo que só o ser das profundezas de nós, povoa, e contra ele somos demasiado covardes, por que somos derrotáveis a primeira partida. Ele realmente é um tão estranho que cria vácuos entre nós. Vácuos que teimamos vez por outra  desejar cair, com a infeliz ideia de querer ter o poder do controle. Lá a atmosfera é outra !!!
Respeitar este vazio é cuidar de si, sem necessariamente se desesperar ao menor indicio de não consegui 'enxergar-lo'; ele é da categoria do desconhecido e sempre será, 'pai' da angústia e do medo.
Podemos clamar pela possibilidade de se apropriar de algo que não se vê, transcendendo à imagem e à formas simétricas, claras, e até me arisco em dizer: coloridas.
O fotógrafo esloveno Evgen Bavcar busca as relações entre a cegueira, a imagem, a visão e a invisibilidade.Cego desde dos 12 anos de idade, Bavcar antes de fotografar tentar retirar o máximo da imagem que está sendo criada, trabalha geralmente à noite, para ter um maior controle sobre a claridade diurna, que nem 'de longe' faz parte de seus caminhos. Através das mãos marca a distância entre o objeto e a câmera e para fazer retratos, eleva a câmera na altura dos rostos, guiado pelas vozes das pessoas.
Sua catástrofe transformou-se em representação de onde extrapolaram criações da escuridão, sem que o temor do medo lhe causasse exaustão, vergonha, pânico e destruísse seu poder de criar e de efetivar uma utopia possível.

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