quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O MUNDO ANDA TÃO COMPLICADO ... VEM CÁ MEU BEM !!


Somos sempre valorizados pelo olhar de outrem. Ouvi de uma tia certa vez, que em uma viagem à Paris visitando o Louvre se deparou com um grupo de jovens, alvoroçados em frente uma obra, menos preciosa da grande maioria dàquelas existentes em tal museu; uma obra que passava sempre despercebida até pelos guias, que por sinal se sentiram assutados ao
 ver aquelas moças pedindo-os a tirar fotos e explicar tal obra.

Talvez tenha sido a primeira vez que aquele guia tenha 'perdido' seu tempo para olhar aquele quadro, e sem muito o que explicar pediu desculpas ao grupo de jovens e se foi, deixando-as certeiras de seu propósito inicial: chamar a atenção de outros turistas e demonstrar como as obras também necessitam de prestigio para assim serem valorizadas.

Já dizia o vanguardista Marcel Duchamp, em sua Teoria da Valorização : qualquer objeto pode tornar-se obra-prima, dependendo do valor que lhe é dado.
Não sou critica exemplar de nenhuma das sete artes e nem da Psicanálise, digo isso sem sentir a menor vergonha; possuo o bom senso da humildade me acompanhando, onde acredito que a aprendizagem só cresce se estivermos abertos ao 'desaprendizado'.

é preciso parar, olhar com olhos de câmera escura, onde através de um pequeno orifício percebemos a imagem a ser captada, aquela que realmente é valida a um engrandecimento interior e humano.

não é uma questão de etiqueta e sim de estética, 'gosto' e 'não gosto' disso é restringir o olhar e a vida !!! O acesso à vida ( vencendo as defesas) é amplo, aberto ao belo e ao diferente ( leia-se as diferenças).

é sempre mais confortável, já anteceder o que ocorrerá, antever e prever por que caminhos andar e quais obras visitar ao ir à um museu, mas será que não vale confiar um pouco mais nos sentidos??? Parando, olhando, escutando e com isso, aprendendo.

Entendo que o pessoal do museu ousou, arriscou, e ao perceber que sua ousadia ressoava no publico ( eles ofertavam prestigio ao que o grupo fazia), usaram-no como guias ao seu intuito inicial, e com isso concretizaram que sua ousadia havia surtido efeito.

Depois do encontro com os desencontros, o olhar, define a paixão ou não. Não importa como chegamos ate ela, deixar-se arrebatar pelo prazer ( de uma obra ou de uma paixão) tem que ser mais interessante que a erudição da angústia e do medo de tentar.

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